Amelia Amorim Toledo (São Paulo, São Paulo, 1926 – Idem, 2017). Escultora, pintora, desenhista, designer. O caráter experimental, a utilização de uma extensa gama de materiais – naturais e industriais – e o interesse em recriar a paisagem são aspectos recorrentes na obra da artista paulistana, que se dedica também à pintura a óleo e à aquarela, em obras geralmente monocromáticas, com sutis vibrações luminosas.
No fim dos anos 1930, frequenta o ateliê de Anita Malfatti (1889-1964), em São Paulo. Entre 1943 e 1947, estuda com Yoshiya Takaoka (1909-1978) e, em 1948, com Waldemar da Costa (1904-1982). Nesse mesmo ano, trabalha com desenho de projetos no escritório do arquiteto Vilanova Artigas (1915-1985). Em 1958, frequenta a London County Council Central School of Arts and Crafts, em Londres. De volta ao Brasil, em 1960, estuda gravura em metal com João Luís Oliveira Chaves (1924), no Estúdio/Gravura. Em 1964, obtém o título de mestre pela Universidade de Brasília (UnB). Desde a metade dos anos 1960, leciona na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, e na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro.
No início dos anos 1960, a partir do estudo do espaço escultórico de raiz construtiva, realiza curvaturas em elementos geométricos regulares. Explora também as possibilidades oferecidas pela superfície espelhada do aço inoxidável. Por meio do jogo de reflexos, a multiplicação das superfícies é potencializada, e o espaço se desdobra em um jogo de ressonâncias, aproximando-se da arquitetura.
A paisagem também é uma constante em sua produção, como em Fatias de horizonte (1996), na qual anteparos com chapas de aço recriam a ilusão visual da linha do horizonte, suscitando questões como continuidade e descontinuidade. Situação tendendo ao infinito (1971), por sua vez, se baseia na geometria, empregando um cubo de formas cristalinas dividido sucessivamente em oito cubos menores. A obra faz um convite à manipulação, pois pode ser desmontada e remontada em várias configurações.
Realiza obras para espaços públicos, como o projeto cromático, de 1998, para a estação Arcoverde do metrô do Rio de Janeiro. Em 1999, é realizada exposição retrospectiva de sua obra na Galeria do Sesi, em São Paulo, e, em 2004, é publicado o livro Amélia Toledo: as naturezas do artifício, escrito pelo crítico de arte Agnaldo Farias (1955).
Nome fundamental da arte brasileira do século XX, Amélia Toledo apresenta uma produção baseada sobretudo nas formas da natureza. Não é por isso, entretanto, que deixa de estabelecer diálogo de seu trabalho com o universo moderno e industrial na escolha tanto de materiais como de temas. Artista de formação sólida e múltipla, apresenta também obras realizadas em pintura monocromática.
Amelia Toledo 1926 - 2017
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