Ismael Caldas (Garanhuns, 1944 – Recife, 2016) foi um artista cuja pintura se destacou pela expressão do insólito, explorando o lado oculto da beleza. Seu olhar voltado para o incomum, muitas vezes permeado por crítica social, revela a consciência política de um criador que viveu intensamente os anos da ditadura no Brasil. Por meio do figurativismo, Caldas deu forma à atmosfera de angústia e tensão que marcava aquele período histórico.

Aos 20 anos, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Seu percurso artístico teve início com mostras coletivas promovidas pelo Diretório Acadêmico. Em 1966, obteve maior projeção ao participar do 25º Salão do Museu do Estado de Pernambuco.

Já em 1967, sua obra ultrapassava os limites de seu estado natal, sendo selecionada para a 9ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao longo de cinco décadas de produção, o artista integrou inúmeras exposições coletivas, entre elas o Salão de Arte Global (1974), o Salão de Verão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1975), além de mostras internacionais como Recife Porto na Arte, realizada em Porto, Portugal (1994), e no Museu do Estado de Pernambuco (1994).

Paralelamente, realizou exposições individuais marcantes, como na Galeria 86, em Recife (1972), no Instituto Goethe, em Salvador (1974), na Galeria Vernissage, no Rio de Janeiro (1975), no Artespaço, em Recife (1984, 1990 e 1994), e na Galeria Bonino, também no Rio de Janeiro (1986).