Gabriel Nehemy (São Paulo, 1979) é um artista visual que vive e atua na capital paulista. Desde o início de sua trajetória, tem se destacado no panorama da arte contemporânea brasileira por suas investigações intensas em torno da cor, da matéria e do gesto. Seu trabalho é marcado por uma abordagem expressiva e visceral, na qual cores vibrantes, volumes densos e pinceladas enérgicas — muitas vezes aplicadas com as próprias mãos — formam composições que evocam um "caos organizado", refletindo o ritmo frenético e a sobrecarga visual das grandes metrópoles.
As pinturas de Nehemy exploram o desgaste urbano, o excesso de estímulos visuais e a passagem do tempo. Ele constrói seus trabalhos com camadas de tinta espessa, formas inacabadas, geometrias deliberadas e linhas que tensionam a superfície, estabelecendo um embate constante entre estrutura e desordem. Seu processo criativo é descrito como catártico, revelando uma imersão emocional profunda na matéria pictórica.
Formado em Publicidade e Propaganda pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), o artista complementou sua formação com cursos livres em artes visuais ao lado de nomes como Sérgio Fingermann, Rubens Espírito Santo, Rodrigo Naves, Mario Gioia, Fernanda Chiecco, Nino Cais e Carla Chaim.
Em sua trajetória expositiva, destacam-se a participação no programa de exposições do MARP — Museu de Arte de Ribeirão Preto — em 2014, e a conquista do prêmio de aquisição no Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba em 2007, com a obra Forest, hoje parte do acervo da Pinacoteca Municipal da cidade.
Em 2016, integrou a mostra coletiva Obras de Ficção, na Galeria Art Hall, com curadoria de Juliana Monachesi. No ano seguinte, realizou sua primeira individual em São Paulo, no D Concept Escritório de Arte, sob curadoria de Mario Gioia. Em 2017, apresentou sua segunda mostra individual, desta vez na galeria Aura Arte Contemporânea, com texto e curadoria de Julia Lima. Em 2018, foi selecionado para o Salão de Praia Grande no Palácio das Artes e participou da residência artística Kaaysa.
Com um percurso em constante expansão, Gabriel Nehemy segue elaborando uma poética visual que dialoga com o excesso, a velocidade e a complexidade das realidades urbanas contemporâneas.